terça-feira, 18 de outubro de 2016

Diário de Bordo - Expomusic 2016 / Gig Jam SP - Parte 1

Num Bate-e-Volta...



Entre uma ida rapidíssima a São Paulo Capital, incluindo uma deliciosa Jam com músicos maravilhosos e amigos, desfilo aqui uma parte do que aconteceu nesses dois dias de Expomusic e de "Music Itself".
Cheguei a uma Sampa indecisa entre frio e calor e bem na hora do almoço no dia 21 de Setembro de 2016. Foi ir até o hotel pra deixar a bagagem que incluía guitarra e minipedalboard, tomar um bom banho, comer algo no caminho e rumar para a feira! Budget apertado, resolvi apelar para a dobradinha Metrô/Serviço de Translado oferecido pela própria Expomusic próximo ao Terminal Rodoviário Tietê. Apesar da demora esperada logo cheguei ao novo local da feira: o Centro de Convenções do Ahembi.


De cara se nota que a feira está menor que antigamente, como estava ano passado, porém nesse novo espaço, o Anhembi, agora com os corredores bem mais largos, também observei que ela pareceu estar mais bonita e menos caótica. Passei rapidamente por alguns stands e já deu aquela felicidade de ver um monte de guitarras...rs. Sou um adicto da coisa, não tenho como esconder, confesso! Até ver aquelas paredes cheias de instrumentos bonitos, eu me sinto contente com esse tipo de bobagem!



Logo me dirigi para o stand da Revista Backstage, nosso "porto seguro"! Sempre super bem recebido por nossos queridos amigos da Backstage. E já avisto o rosto iluminado da linda Lu Borges e ela logo que tem um tempinho disponível já me atualiza sobre muitos assuntos do hiato entre nosso último encontro e esse agora! Dali já ligamos para o Senhor José Barci, criador do site Handmades.com.br além de ser nosso grande amigo comum e que recentemente encostou um pouco a guitarra em favor do baixo. A resposta é a melhor possível: ele já está a caminho! Pergunto então pelo Gustavo Victorino e ela me diz que já está para chegar também! Depois de um bom papo com minha amiga vou tentar encontrar a princípio com quem já havia combinado pela rede e já estaria presente!


Fui direto num dos stands que obviamente era um dos que mais me interessavam, o do Augusto Pedrone e seus fantásticos amps, que convidou outras feras para dividir o espaço com ele. Até porque eu tinha muita vontade de conhecer cada um desses caras que fazem parte desse "pool" de empreendedores com visão e que optaram mais que tudo pela excelência! Os Avengers do mercado independente brasileiro. Além disso tudo eu já tinha até meio que combinado com um deles um possível bate-papo, o "misteriosoDu Menegoso (na foto ao lado com o super Luiz Sérgio Carline, o Rock em pessoa), criador e dono da empresa de pedais de boutique Deep Trip! Pedais de Fuzz fantásticos que fazem atualmente grande sucesso internacional!




Quando conheci a marca Deep Trip, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a aparência moderna/retrô. Na verdade eu só conhecia o BOG (uma alusão ao acrônimo de "Band of Gipsies" do Hendrix). Conversar com uma pessoa como o Du Menegozo é um privilégio, pois é uma pessoa simples, amável, inteligente e generosa. Na verdade conversamos tanto que eu perdi a noção do tempo, que nessa minha viagem de bate-e-volta foi escasso. Mas não poderia de jeito nenhum dizer que foi tempo desperdiçado, muito pelo contrário! De certa forma ele confirmou algumas ideias que eu tinha sobre sua maneira de criar, de realmente procurar entregar algo que as pessoas estão querendo, mesmo que elas mesmas não saibam disso... Sua estratégia de já sair com uma frente agressiva em relação ao mercado externo é outro ponto positivíssimo a meu ver! 



Se eu ainda não estivesse tão atolado nos meus próprios Fuzzes, já teria comprado um dos da Deep Trip pra enfiar no pedalboard. Mas calma, tudo a seu tempo! De cara o que deu pra perceber é que ele teve uma grande sacada, muito mais importante e interessante que a própria estética do pedal: produzir versões de Fuzzes (que já estão com certa hype no mercado atual) e oferecer os timbres e as possibilidades tão desejados dos originais vintage sem os problemas associados a esse tipo de efeito! Ou seja, numa tacada ele acerta o pessoal que já usa Fuzz, mas tem que se sujeitar a algumas "manhas" desse tipo de efeito, e ainda captura os que nem usavam Fuzz, dada a flexibilidade dos pedais o que faz com que eles também possam ser usados como distorções menos "cabeludas". Além da boa sonoridade e construção mais que decente, incluindo TrueBypass mecânico, ele ainda melhora objetivamente o pedal de Fuzz em três direções:



1 - Acaba com a chatice dele não poder ser colocado depois de determinados efeitos, captadores ou buffers simplesmente;
2 - Com a maior flexibilidade de controles fica muito mais fácil usar o pedal com diferentes guitarras e captadores.
3 - Diminui tremendamente, ou mesmo elimina problemas de inconsistência, como dependência de transistores "benzidos" e raros, e variação de funcionamento de acordo com as condições climáticas locais...rs.
Eu fiquei muito impressionado com o que ouvi e, se não acham minha palavra suficiente, ouçam as reviews do australiano Brett Kingman (de quem eu gosto bastante) ou o que diz o próprio Scott Holiday da banda californiana Rival Sons.
Na segunda parte sobre a Expomusic 2016 eu voltarei a falar da Deep Trip e dos outros Avengers também!




Ao voltar ao stand da Revista Backstage já encontro os queridões José Barci e Gustavo Victorino. Gustavo mal chega e é carregado para outros cantos da feira por vários expositores ávidos por ter sua opinião em suas novidades! E logo eu e o Barci (que é o responsável por eu ter me viciado na Expomusic, pois é um dos excelentes amigos que tenho em SP, além de ótimo músico e chef cinco estrelas!) já seguimos pela feira adentro. 




E de cara nos encontramos com o caríssimo baixista Pedro Wood da Wood Instrumentos Musicais Ltda que é também nosso colega na ABC (Associação dos Baixistas Cervejeiros) lá do Rio! Ele sem nem pestanejar nos chama a conhecer alguns instrumentos preciosos da Clave de Fá. Um deles essa obra de arte da Ritter Um instrumento no mínimo impressionante pelo design, acabamento e madeiras utilizadas.






De lá nós três fomos direto pro stand da Tagima. Impressionante é o mínimo que se pode dizer da apresentação dele! E também em termos de tamanho! A foto ao lado já dá a ideia da agressividade, no bom sentido, do stand da empresa com esse trono de guitarras ao estilo GoT! Eu estava ansioso pra conhecer os novos modelos que tinham um certo visual que lembra a linha também moderno/retrô de marcas de boutique que estão em alta no mercado internacional como a Fano e a Duesenberg. Além dos modelos que já conhecíamos pudemos ver os tais novos modelos de linha e , pelo que entendi, fabricados no Brasil. Divididos basicamente em duas linhas: JetBlues e Seattle!




A linha JetBlues é mais "Fano Like". Eu fiquei com aquela desconfiança de após já ter curtido o design e o acabamento dessas guitarras por fotos e videos, chegar ao vivo me decepcionar com a qualidade real. Felizmente foi exatamente o contrário! Ao menos os modelos expostos eram muito bem feitos, bonitos e com tocabilidade e ressonância excelentes. A parte triste é que no andar de cima do stand da Tagima, onde se podia testar os instrumentos, não descia ninguém e assim, mesmo depois de esperarmos um bom tempo, não foi possível ligarmos as guitarras. E eu estava também interessado em ouvir inclusive o som dos captadores que as acompanham, pois a única informação era de que as barras magnéticas eram de Alnico (não informaram qual...). 


Havia expostas lá três ou quatro versões bem interessantes e com custos diferenciados! Desde modelos com corpo parcialmente acústicos até os de corpo totalmente sólido (modelo Rocker), com binding, com ponte Bigsby licenciada, tarraxas com trava, ponte Tune-O-Matic fixa e até com ponte fixa tipo Strat com as cordas passando através do corpo. Todos os modelos no entanto com a mesma configuração de captadores: um set com dois humbuckers. Eu gostei bastante! Havia até um modelo Custom Z muito bacana, com madeiras escolhidas e tal! 





Já a linha Seattle está mais pra Fool Fighters que Nirvana, com seu desenho possivelmente inspirado nas Gibson Trini Lopez, mas ainda mais estilizado e pegando carona em outras loucuras do retrô/moderno.  O corpo é bem mais fino do que estamos acostumados em relação a guitarras semihollow! Mantém a mesma configuração de captadores que a JetBlues. Porém, ao menos as que estavam expostas, apresentavam os mesmos tipos de ferragens. Em termos de beleza, acabamento e tocabilidade estão no mesmo nível que reportamos sobre a outra linha. Ou seja, tudo muito bom! Isso me deixou extremamente feliz e possivelmente, dependendo de quanto elas custarão pro consumidor comum, também bastante inclinado a adquirir uma de cada linha! A GAS batendo de maneira nada discreta...rs.



Terminando a primeira parte da postagem sobre a feira e a jam pós-feira que se seguiu no segundo dia, tinha que mostrar para o meu amigo Barci e para vocês uma das coisas que a Tagima trouxe pro Brasil e que acho por demais interessante por sua praticidade e funcionalidade: o Ukelele Baixo!!! Já ouvi algumas demos desse carinha e me convenceu bastante em termos de timbre, com suas cordas de silicone e sua captação Piezo. Uma coisa que me deixa com um pé atrás é a informação que um grande músico e bom amigo me passou, o Jorge Albuquerque, de que muitos modelos tem problemas sérios de afinação... Não pudemos testar esse da Tagima com precisão, pois o barulho em volta estava demais, mas vou torcer para que ele seja um dos que deram certo em termos de afinação!


Revista Backstage:  http://www.backstage.com.br/

Site/Forum Handmades:  http://www.handmades.com.br/

Pedrone Amplificadores:  http://www.pedroneshop.com/

Deep Trip Pedals:  http://deeptripland.com/

Guitartech Pedalboards:   http://www.guitartech.com.br/

Wood Instrumentos Musicais Ltda:   https://www.facebook.com/woodguitars

Tagima Instrumentos Musicais:  http://www.tagima.com.br/ 

Organização Expomusic 2016:  http://www.expomusic.com.br/2016/ 

5 comentários:

  1. Adorei Frias, Parabéns irmão, orgulho em ser seu amigo, grande abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas seja muito bem vindo, meu irmão!
      Muito obrigado, o orgulho é recíproco!
      Sinceramente espero que da próxima a gente faça juntos nossas matérias!
      Grande abraço e apareça sempre!

      Excluir
  2. Muito legal Alex. Também fiquei feliz ao ver minha desconfiança em relação à Tagima ir embora em relação a esses novos modelos. As guitarras são realmente bonitas e parecem unir bem características originais (bigsby e humbucker da gibson/gretsch com formato de corpo e construção tipo fender). A jet blues com braço interiço de jacarandá (detalhe para o acabamento natural em que dava pra sentir alguns sulcos da madeira) foi um dos pontos altos da minha ida!
    Dá um toque se vier na próxima, queria poder ouvir mais das suas histórias. Resolvi colocar algumas das minhas em guitarratimbrada.blogspot.com se quiser é só dar uma olhada.

    Abraços e parabéns pelo post

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado pelos comentários, Felipe!
      Eu fico muito feliz de ver que a indústria nacional não deixou de lado o músico que gosta do que faz e curte seu instrumento.
      Ao mesmo tempo é bom ressaltar que as novas guitarras JetBlues não estarão a preço de banana chinesa, mas poderão competir com os modelos mais up market das asiáticas.
      E em Novembro tenho planos de ir a Sampa, então poderemos providenciar a sua ideia.
      Quanto ao seu blog, logo vou lá olhar pra curtir suas experiências também!
      Seja muito bem vindo e volte sempre!
      Grande abraço!

      Excluir
  3. Olá Frias, boa tarde! Massa seu texto. Achei ele pesquisando sobre a Tagima Seattle... estou a algum tempo namorando esta guita (tá demorando pra ir pro mercado aqui no Brasil...rsrs). Sabe me dizer algo desta Seattle em comparação com a Blues 3000 da Tagima??? mesma pegada, mais magro o som, mais pesado???? abs!!!!

    (ouça Concreto Humano no Spotify!!!!)

    ResponderExcluir